top of page

A força silenciosa de um símbolo

Há símbolos que nascem como desenhos. Outros, como resposta ao tempo. O selo “Racismo, aqui não!” nasceu dos dois impulsos: o gesto criativo e a urgência de um país que, em 2009, ainda evitava encarar as próprias sombras. Surgiu como um sussurro firme, tranquilo e inegociável — AQUI NÃO!


Seguiu adiante de maneira discreta, levado por pessoas que acreditavam que a paz também exige coragem. Não sspatrocínios, apoios e nem verbas governamentais, palcos ou campanhas vistosas. Houve apenas a csaminhada de quem sempre acreditou. De mão em mão, pelas redes sociais, atravessou fronteiras e chegou a diferentes países, alcançando pretos, brancos, indígenas, europeus e asiáticos. Cresceu como crescem as ideias que encontram verdade ao redor: silenciosamente, até se tornarem inevitáveis.
 

Em 2023, a iniciativa ganhou novo impulso e se consolidou como Certificado de Compromisso Social, que alinhou, de modo formal, aquilo que já acontecia na prática. O selo passou a representar mais que uma convicção ética. Tornou-se uma ferramenta. Um instrumento claro, simples e acessível para empresas, escolas, universidades, terreiros, organizações públicas e privadas que desejavam assumir, diante de todos, uma postura séria, pacífica e eficaz contra o racismo.
 

Hoje, mais de cinquenta instituições compõem essa corrente. Da Cantina da Lua, no Pelourinho, ao Senado Federal; do Shopping Barra ao Tribunal de Contas da União; do Santuário do Nosso Senhor do Bonfim ao terreiro Ilê Axé Opô Afonjá; do bloco Camaleão ao Ilê Aiyê e ao Olodum; do Instituto Gaylussac ao Grupo de Apoio à Criança com Câncer – GACC; da BAND Bahia à academia CKO, nos Estados Unidos. De pequenos negócios a grandes marcas. A diversidade dessa lista revela algo maior que adesão: revela maturidade social e convivência entre diferentes atores da sociedade.
 

Mas uma pergunta permanecia.
O selo funciona? Ele realmente consegue inibir o racismo?
Foi para responder a essa questão que o Instituto Maria Preta ouviu as organizações que adotaram o compromisso em 2024.
O resultado, que inicialmente serviria apenas para consumo interno, surpreendeu a todos. Os números não são apenas estatísticos. São o retrato de um movimento em curso.

68% das organizações registraram melhora expressiva na imagem e na visibilidade institucional após a adoção do selo.
Outros 20% relatam avanços parciais.

Na prática, isso significa que clientes, estudantes, pacientes, fornecedores e parceiros passaram a perceber essas instituições como espaços mais confiáveis, mais alinhados ao que desejam viver e apoiar. O selo funciona como uma espécie de porta aberta que comunica valores antes mesmo de qualquer palavra

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Essa é uma revelação decisiva. Em um país onde o racismo tantas vezes se manifesta de forma sutil — num comentário, num olhar, numa oportunidade negada — a presença de um compromisso visível reorganiza comportamentos. Cria cuidado. Produz pertencimento.
Não se trata de milagre; trata-se de referência. Uma referência que ilumina o corredor, a mesa de atendimento, o balcão, a sala de aula, o posto de trabalho.

A avaliação geral beira o improvável:

100% consideram a experiência positiva, sendo 60% muito positiva e 40% positiva.
Nenhuma resistência. Nenhum arrependimento.
Em tempos marcados pela fragmentação e por tensões ideológicas, uma convergência dessa natureza não é apenas rara — é histórica.
O selo nasceu porque havia urgência. Cresceu porque houve persistência e fé.
E hoje se amplia porque há resultados.

O selo “Racismo, aqui não!” cumpre o que prometeu desde o início: inibir o racismo de forma séria, pacífica e eficaz.

Ambiente de trabalho saudável, espaços de lazer e convivência com respeito, eleva o nível
Boa Morte.png
Rachel ONU.png
Flip.png
bottom of page